A pressa das coisas




Não sei quanto a vocês, mas não suporto a ideia de ser bombardeado todos os dias com informações do que vai acontecer (no caso, o que vai se usar) daqui a um ano ou mais. Mesmo como criador, sinto-me coagido por um código de conduta que nem ao menos pensei que pudesse existir.

A previsão (ou a tentativa de prever) o comportamento das pessoas me parece aqueles experimentos antigos (nem tanto assim) com ratos. A indução a comportamentos pré-estabelecidos para que se possa controlar situações e prever movimentos que possam alterar o curso do que foi pensado.

Na terça-feira, dia 20 deste mês, pude acompanhar um bate papo super tranquilo com o estilista Walter Rodrigues no qual ele apresentava as tendências para o inverno de 2011. Disse que foi tranquilo porque foi mesmo. Mas inquietante por saber que, mas uma vez, estavam sendo plantadas ali as sementinhas do comportamento pré-determinado.

Calma, já chego ao ponto-chave dessa discussão: no final da palestra a equipe com a qual trabalho realizou uma breve entrevista com ele e a constatação veio: ele NÃO gosta do termo tendência! Para o Walter, o termo correto é inspiração.

Pode ser interessante, mas se você utiliza a mesma inspiração que TODOS os seus outros colegas, isso é tendência. Deixa de ser autoral.

Defendo aqui um movimento slow-motion. Uma tentativa (quase nula perto da ânsia de muitos em saber o que vai estar na moda nos próximos meses) de frear alguns impulsos e agir com o coração. Seus olhos são ávidos e conseguem captar o movimento das pessoas.

Busque inspiração no presente. A ideia de futuro é inexistente, porque este exato momento é o futuro do seu passado. Você pensou cada movimento seu até chegar aqui?

Freie seus impulsos. Não seja um alienado, mas não seja um trendyaholic. Please.















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