Um olhar para a moda internacional



Algumas vezes quem não entende muito sobre moda me faz questionamentos sobre o motivo pelo qual acabo mencionando marcas e informações sobre o mercado de moda estrangeiro em tweets, textos e conversas. Ora, basta apenas que essas pessoas entendam o sistema de moda com o qual seus clientes e marcas favoritas trabalham. 

Por ser precursora da criação um sistema de moda, jamais poderemos virar a cara para a Europa. O mundo sempre girou em torno de tudo o que se decidia sobre moda, mercado, alimentação e por aí vai, que vinha de lá. Negar a potencialidade deste continente e se fechar ao mundinho imaginário criado apenas para “celebrar” a mediocridade de uma sociedade que vive às custas de colunas sociais é enervante. Pior que isso, são as críticas para o comportamento que muitos colegas recebem, ao analisar o comportamento do hemisfério norte*. 

Imaginem vocês que, se o próprio mercado brasileiro se pauta (em algumas vezes) no padrão do hemisfério norte (sintam-se à vontade para pensar em qualquer país deste eixo), quem irá contra? As relações comerciais com outros países devem sim, ser levadas em conta porque nelas há um fluxo (bilateral) de informações comportamentais. É a partir desse fluxo que se firmam novas parcerias ou se quebram antigas. 

Espero que os que estão lendo este texto entendam a importância de voltarmos os nossos olhos para o que acontece lá fora. E quando falo “lá fora”, me refiro a outros estados, outros países, outros continentes. Nossas marcas copiam (ou se inspiram) naquilo que vêem. Convenhamos que a moda produzida no hemisfério norte é muito mais atrativa aos olhos. Analisando as referências e os impactos que elas causam nos mercados que atingem, nossos estilistas encontram possibilidades de aplicação dessas referências em suas próprias criações. 

Ignorar essa influência é dar um tiro no próprio pé para aqueles que trabalham com qualquer segmento de moda. Seja na comunicação, na criação, no desenvolvimento, no comércio, etc., as referências estrangeiras são muito importantes (aqui me refiro muito ao mercado brasileiro, que não ousa tanto quanto deveria e acaba ficando no mesmo “arroz-com-feijão” temendo que o público não receba tão bem as “ousadias” propostas) porque elas tem esse caráter vanguardista. Muito já se foi criado, publicado, testado. É mais que natural que voltemos nossas pesquisas para os resultados obtidos com todo esse “teste”. 

Fique claro que não estou estimulando a cópia, apenas estou justificando a importância de olhar para aquilo que já foi feito como uma forma de captar a receptividade do mercado. Fica também meu conselho para quem lê este post: leia revistas internacionais, leia blogs de moda internacionais. Entenda como funciona um mercado tão complexo e tão maduro. Aplique suas fórmulas ao mercado brasileiro e permita-se errar. Permita-se corrigir. Permita-se acertar. 



Pra quem curte análise de moda internacional, o José Gayegos fez uma sobre a Semana de Alta Costura, para o Site Chic. http://bit.ly/rcTSKQ [uma das melhores, na minha modesta opinião] 









*Me refiro ao hemisfério norte porque comecei daquele ponto, a mencionar todo ele.


Abração, Doug Oberherr


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