Homoerotismo e moda



Um dos editoriais da Interview Magazine, do mês de agosto, chamou a atenção ao usar o layout de um aplicativo de encontros LGBTT nos frames das fotos. O aplicativo em questão, o grindr, é uma das novas febres das redes sociais para este público, ao lado de outros como scruff e sites de encontros como o manhunt


Interview Magazine - Agosto 2012 - Editorial Brief Encounters


Na internet, perfis públicos destas redes ganham cada vez mais seguidores, evidenciando uma despreocupação maior com relação aos olhares alheios e um desejo muito grande em comunicar suas preferências, criando fortes grupos de pertencimento. Essa superexposição acaba revelando elementos da personalidade destes públicos, servindo como base de criação para campanhas, editoriais de moda, arte e filmes. 

A cultura do homoerotismo é muito rica porque ela explora a sexualidade em todos os seus âmbitos. Tudo é mais aflorado, é mais exacerbado, é mais explícito. Os sentimentos são muito mais intensos porque a liberdade presente dentro deste grupo é muito maior. 

A moda percebe isso e assimila esses conceitos, assim como a arte. Ambas são viscerais e buscam a criação de imagens fortes, que mexam com os sentidos dos expectadores, provocando emoções, sejam elas quais for. 

Um dos blogs que visito, o Homotography, é abastecido com uma média de sete postagens diárias com editoriais, campanhas e trabalhos autorais que pegam carona no conceito do homoerotismo. Somente aqui, podemos visualizar a quantidade de produções desenvolvidas com esta inspiração. É notável e inegável que, se estes materiais estão sendo produzidos, é porque existe um público que o consome. 

Duplicity - by  AyDan Kerimli



Campanha da marca Jean de Merry, por  Tony Duran

O nicho homoerótico ainda é pouco explorado porque pouco se analisa sobre ele. Há, aqui, a captação de apenas um elemento, o sexual, que é aplicado em imagens de moda. Poderia citar inúmeras criações com o tema, mas teríamos uma postagem demasiada longa. 

Acredito que seja muito importante uma pesquisa mais profunda sobre o tema, evidenciando outros elementos que possam ser usados na criação de trabalhos artísticos. A história homo é povoada por elementos ricos visualmente, porque é criada por um público que se preocupa muito com padrões imagéticos.  Eles são criados afim de que estes indivíduos possam se diferenciar e, ao mesmo tempo, pertencer a outros nichos sociais. É quase como uma forma de querer e não querer ser diferente.








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