Comida, quem precisa de comida?







Já perceberam como a comida tem ganhado um espaço gigantesco em nossas vidas? 

Não estou falando de farras gastronômicas, obesidade ou coisas assim. Estou falando dos espaços virtuais. 

Febre dos últimos meses, o instagram vem sendo bombardeado com fotos de comida, de gente comendo, de receitas, de pratos vazios e sujos e, consequentemente, de histórias. 




Há mais ou menos três anos atrás, a coolhunter mais influente do mundo, Li Edelkoort, preview essa superexposição da comida como uma tendência mundial. Segundo ela, “a comida explica como vivemos, o que amamos e como vemos o mundo. Comida é uma necessidade, um prazer, uma escolha”. 

Indo mais além, encontramos a comida como uma forma de valorização da nossa cultura, exploramos todos os elementos que constituem nossa história e elaboramos pratos simples ou suntuosos, mas que para nós, têm um significado importante: seja o prato que a avó ensinou a fazer, seja uma nova fase da vida sendo inaugurada, ou apenas o compartilhamento de um momento de celebração. 

Editoriais de moda exploram essa tendência brincando com esse nosso prazer em comer. Outros, em tom de crítica, buscam através de imagens fortes, confrontar essa “necessidade” que temos de mostrar esses elementos de forma indiscriminada. 

A Harrod’s acaba de lançar sua campanha em diversos cenários que exploram os gostos gastronômicos dos estilos das roupas, fazendo um link entre estilo e alimentação muito interessante. O fotógrafo Fulvio Bonavia clicou roupas e acessórios criados a partir de frutas e vegetais; a Vogue Brasil trouxe a modelo Constance Jablonski se deliciando com frutas tipicamente brasileiras. 

Campanha da Harrod's

Campanha da Harrod's

Campanha da Harrod's


Cliques do Terry Richardson para a Vogue Paris


Editorial da Vogue Brasil


Trabalho do fotógrafo Fulvio Bonavia


Trabalho do fotógrafo Fulvio Bonavia


Trabalho do fotógrafo Fulvio Bonavia


Não é errado brincar com essas imagens. É uma forma de valorizar aquilo que é nosso. 

O Brasil é um dos países mais ricos em alimentos, podemos nos dar ao luxo de homenagearmos nossas cozinhas o quanto quisermos. Recentemente estive em um restaurante de comida japonesa e a dona do restaurante veio conversar comigo e meus amigos. Durante o papo, nos explicou que é comum nos restaurantes orientais ter uma “bandeirinha” vermelha na porta, que obriga os clientes a se inclinarem, numa espécie de reverência à comida que será ingerida. 

Explicou ainda, que no Japão há uma escassez grande de comida e que tudo, além de racionado, é extremamente valorizado. Nada vai fora e tudo é feito sob medida para as necessidades diárias de cada indivíduo. 

Com muito ou pouco, o que importa é o valor que damos para aquilo que é nosso. Postemos mais fotos de receitas. Troquemos segredos na preparação dos alimentos, troquemos experiências antropológicas através da gastronomia. 






Para saber mais sobre Li Edelkoort >> http://j.mp/VxmKoE

Para ler uma entrevista com Li Edelkoort >> http://j.mp/SE3TmH

Campanha da Harrod’s, na íntegra, com vídeos >> http://j.mp/UGqX6o

Site do fotógrafo Fulvio Bonavia >> http://www.fulviobonavia.com/




2 comments:

  1. Bem isso... também devemos lembrar como você mesmo citou que a comida que nos une para celebrar a vida que contem nela ali presente...! Parabéns Doug, ótimo texto...!!!

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  2. Oi Charles, muito obrigado. De fato, a comida tem essa característica de união. Ela agrega as pessoas pelo sentimento de identificação que ela carrega.

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Muito obrigado pelo seu comentário. Em breve responderemos e liberaremos ele na postagem. Abraços

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