Sexy, dirty, rich



Não é o título de alguma música que você tenha ouvido falar por aí, mas uma análise breve (brevíssima, diga-se de passagem) sobre os rumos que a imagem de moda vem tomando nos últimos tempos.

De Helmut Newton com suas modelos nuas enquanto sua senhora acompanhava a sessão nos lugares mais inusitados e nas posições mais escabrosas (para a época) a Justin Monroe com seus garotos espancados e nus sob a neve, o mundo da moda tem de tudo.

É interessante porque vivemos um período de extrema liberdade, permita-me dizer, sem muita compreensão sobre as referências utilizadas em tais meios de expressão, mas ainda sim um período de liberdade. A anarquia é um sentimento ‘saudosista’ daqueles que nem sequer chegaram a vivenciar momentos de repressão, mas é algo intrínseco em suas literaturas de cabeceira e, portanto, uma explicação embasada a ser dada na justificativa por tais resultados expressos em arte, roupa, maquiagem.

A quebra dos conceitos empregados na organização estrutural de pequenos nichos sociais é uma saída para aqueles que, nem sempre, se viram adequados a estes conceitos. Notem que mesmo em um período de liberdade de expressão, ainda existem certos preceitos oriundos de outras épocas, regendo os grupos sociais da atualidade. Isso não implica, necessariamente, em uma forma de opressão, mas sim, uma opção. Opção esta que mantém vivas algumas tradições.

A linguagem da moda segue seus próprios preceitos, sendo estes, a liberdade, a originalidade, a pesquisa e a utilização das ferramentas adequadas para a perfeita tradução do pensamento do criador. Sem isso, o caos.

É engraçado que nossos instintos mais primitivos são suprimidos em nome de uma significação plausível, na apresentação de nossos trabalhos. A beleza, a feiúra, o erotismo por si só não é o bastante para justificar um trabalho. É necessário mostrar que para criar algo seu, você precisou se embasar em outros trabalhos.

Posso estar sendo leviano ao dizer que muitos de meus trabalhos são feitos porque gosto deles assim, porque tem significância para mim, algo pessoal e não são uma influência do trabalho de Nick Night, Nichola Fmichetti, Balmain, Sartre, Nietsche.

Posso estar sendo leviano, mas estou sendo fiel àquilo que acredito. Podemos - e devemos – conhecer outros trabalhos, mas ponha a sua cara, o seu sangue, e seu suor e o seu interior –seja ele qual for – em seus trabalhos. Será sempre mais fácil enxergar você e não a figura de um homem que escreveu sobre ele mesmo.





Abração, Doug Oberherr

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