A Web 2.o e a moda

Confesso que as tecnologias digitais ainda são ferramentas pouco exploradas por mim. Não por falta de vontade, fique bem claro, mas pelo fato de muitas vezes me embaralharem a cabeça. Antigamente as únicas fontes de informação eram as revistas ou mesmo os jornais, com encartes semanais bem simplórios falando de moda e alguma coisa pouca sobre comportamento e consumo.



Vejo hoje um boom de blogs, sites e afins discutindo a moda e criando redes gigantescas que trabalham em cima deste conceito de web 2.o voltada para a moda. Há um tempo atrás eu abominava orkut, blog, sequer cogitava a criação de uma ferramenta como o twitter e acreditava que a vida girava em torno de tudo o que jornalistas que entendiam de moda escreviam em revistas muito bem conceituadas.


Me paro e fico pensando no que a internet proporcionou a pessoas que também gostavam de escrever sobre moda, revelar suas fontes de pesquisa e o que acreditam que, de fato, é moda e como vêem o comportamento das pessoas a sua volta. Fico pensando ainda como a quantidade de informações a que temos acesso cria uma super lotação de idéias e pontos de vista sobre determinado assunto. As vezes tenho sérias dores de cabeça tentando concatenar tanta informação que encontro pela internet.


São em média 20 blogs, 10 sites e um dia inteiro no twitter. Tudo isso para não ser considerado um analfabeto funcional no que diz respeito à informação. A moda é muito rápida. Deixou de mudar a cada seis meses para mudar a cada segundo. São propagandas, editoriais, entrevistas, eventos de moda, notas e imagens sobre o tema que me mostram um panorama da moda atual. E quando digo atual, digo agora. Agora mesmo, às 4 horas da manhã a cobertura do Brasilia Fashion Festival já está no ar e as análises dos desfiles descritas com minúcias precisas e extremanente enriquecedoras.


É ou não é para ficar louco? Mal digeri os eventos da semana passada e ainda nem bem comecei a planejar dois eventos – um para dezembro e outro para janeiro – e já tenho informações super atualizadas sobre o que aconteceu ontem em Brasília. Meeeeeeeeeeeedo!


O que quero dizer com este post é que na medida em que temos acesso a muita informação temos uma difícil tarefa de organizar todas estas informações de forma que façam sentido e se relacionem, criando assim, um painel mais fácil de digerir e entender, a fim de compreender a forma como a moda e o mais importante, como o pensamento das pessoas e o comportamento delas se modifica e se adapta às mudanças propostas pela própria sociedade.


Moda é exatamente isso, entender o comportamento social e traçar rumos e estratégias de intervir nesse rumo para criar mais moda e gerar novas formas de ação. É necessário termos em mente que criar estratégias requer tempo, habilidade, auto controle e senso apurado sobre como divulgar informações.


-tempo: você precisa ter em mente que as informações não se encontram somente em um lugar. Nunca abandone as boas e velhas revistas de moda. Elas constituem um arquivo imutável com informações muito importantes sobre o comportamento de uma geração, sem mencionar que as mais confiáveis se mantém no mercado até hoje e essa procura requer tempo. Não espere que tudo caia no seu colo em questão de segundos. Separe ao menos umas quatro horas do seu dia para folhear uma revista, visitar sites e anote tudo. O que vier na sua cabeça, anote;


-habilidade: nem sempre basta apenas selecionar informações. Algo que contribui muito é um bom olho. Saber identificar rapidamente nem sempre significa que algo vá sair errado. Muito pelo contrário. O treino em selecionar imagens que fechem com os textos, com as propostas da temporada, com o que se quer comunicar é algo indispensável e gera ótimos resultados. Treine bastante e sempre peça para que alguém de fora desse meio fashion analise o que você escreve e mostra. Se ela entender logo de cara, congratulations, my dear!


-auto controle: todas as pessoas pensam de forma diferente e isso é extremamente saudável. Querer impor suas idéias não é algo bacana, tira toda sua credibilidade e põe em cheque sua capacidade de analisar informações. Procure inserir em seus trabalhos idéias contrárias às suas. Mesmo que você se revire à noite na cama porque escreveu sobre uma coisa que você não gosta, aceite o fato de que a vida não é feita de gostos comuns e que alguém do outro lado da telinha vai ler, curtir e divulgar, além disso, você passa a entender e aceitar novos gostos, novas idéias e quem sabe, criar verdadeiras revoluções na sua cabeça e nos seus ideais;


-senso apurado: quando você vê nas ruas algo que se repete muito (esse é um dos sinais de que algo está se tornando moda), quando você ouve gírias, assiste filmes com temáticas parecidas, saiba separar o que é modismo de um grupo restrito (uma tribo urbana) e o que de fato é uma tendência. Querer julgar também não é algo bacana. Veja, anote, analise e aí sim, emita opiniões. Nada pior do que ouvir alguém que estuda moda ou que trabalha com moda julgar gostos e conceitos sem entender, de fato, como se chegou neste ou aquele resultado. Isso demonstra falta de profissionalismo e mediocridade da parte de quem analisa algo. Pare, tenha calma, reflita e tente entender os processos de obtenção de um determinado look, o meio onde aquela pessoa vive, as informações às quais ela tem acesso e o tipo de público para o qual ela se veste.


Todas essas dicas ajudam a falar e entender um pouco mais de moda. Nada deve ser levado a ponta de faca e sempre haverá mais de um lado a ser analisado. Nunca uma informação de moda deverá vir de uma única fonte, jamais emita opiniões precipitadas e separe um tempinho do seu dia para folhear algumas revistas e visitar sites e blogs bacanas.









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